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Universo é feito de histórias, não de átomos.
As histórias não são apenas essenciais para a forma como entendemos o mundo –elas são a forma como entendemos o mundo. (...) Nós tecemos e buscamos histórias em todos os lugares, desde uma visualização de dados até o desenho das crianças ou a hegemonia cultural.
(Maria Popova. Blog Brain Picking)
Howard S. Becker é um sociólogo ligado à segunda geração de pesquisadores da Universidade de Chicago (Escola de Chicago) e tem produzido uma série de estudos sobre a sociologia do desvio, sociologia da arte e sociologia da música.
Vamos ver como o sociólogo pensa a nossa capacidade de produzir "representações" ou "relatos sobre a sociedade".
Quando lemos um romance, um livro de histórias, relatos etnográficos, tabelas estatísticas, filmes ou fotografias, estamos diante de certos tipos de representações do mundo em que vivemos ou imaginamos viver.
Sabemos que qualquer representação é sempre parcial, ou seja, é sempre "menor" do que aquilo que aconteceu. Algo sempre fica "de fora" no ato de descrever ou narrar.
A questão que nos colocamos, então, é a seguinte: que critérios devemos usar nas nossas escolhas e decisões a respeito do que pode ou não pode entrar em nossas histórias?
Em primeiro lugar, precisamos saber para que tipo de comunidade pretendemos compartilhar nossas representações. Com quem, em que meio e a partir de qual critério consideramos nossas escolhas e decisões boas o suficiente para aquele propósito.
Essas decisões dependem do tipo de comunidade interpretativa da qual participamos.
Uma comunidade interpretativa pode ser definida como:
a) um organização de pessoas
b) que se organiza regularmente
c) em torno de representações padronizadas
d) entre produtores e os usuários de seus produtos
e) que as utilizam regularmente para um objetivo padronizado
Vejamos alguns exemplos: fãs de um determinado gênero musical, novelas, filmes
Dê uma olhada nestes exemplos e veja como podem estar associados ao tema deste bloco.