Os Objetos e os Univesos Simbólicos

O interacionismo simbólico defende a hipótese de que os “universos” acessíveis aos seres humanos e seus grupos compõem-se de “objetos”, e que estes são o produto da interação simbólica.

Entende-se por objeto tudo que for passível de ser indicado, evidenciado ou referido — uma nuvem, um livro, uma legislatura, um banqueiro, uma doutrina religiosa, um fantasma, etc.

Para nossa maior conveniência, podemos classificar os objetos em três categorias:

(a) objetos físicos
(b) objetos sociais
(c) objetos abstratos
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O significado dos objetos para cada um é, basicamente, gerado a partir da maneira pela qual lhe definido por outras pessoas com quem interage.

Os objetos surgem a partir de um processo de indicações recíprocas, objetos estes que possuem o mesmo significado para um dado conjunto de pessoas e por elas são considerados da mesma maneira

... apreendo o outro por meio de esquemas tipificadores

...apreendo o outro como ‘homem’, ‘europeu’, ‘comprador’, ‘tipo jovial’ etc.

O outro também me apreende de uma maneira tipificada

... esses esquemas tipificadores são usados em contínua ‘negociação’ na situação face a face
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Os objetos oferecem-nos um novo quadro do ambiente ou meio em que os seres humanos convivem.

Os seres humanos, por assim dizer, podem coexistir lado a lado contudo, habitarem diferentes universos.

A fim de se compreender os atos humanos, é preciso identificar seu universo de objetos, o que constitui importante aspecto do processo, a ser analisado adiante.

Em segundo lugar, os objetos (quanto a seu significado) devem ser considerados como criações sociais — como elementos formados originados do processo de definição e interpretação, à medida que este ocorre na interação humana.


Referências

Herbert Blumer. A Natureza do Interacionismo Simbólico

Trechos importantes do texto “A natureza do Interacionismo simbólico”