Interacionismo Simbólico

George Herbert Mead era um dos pesquisadores da primeira geração da Universidade de Chicago (Escola de Chicago) e estava ligado, diretamente, ao chamado pragmatismo do qual John Dewey também fazia parte.

Suas pesquisas estavam ligadas à Psicologia Social, Filosofia e Educação. No entanto, seus cursos eram frequentados por sociólogos.

Mead observa que alguns animais são capazes de desenvolver processos comunicacionais baseados em uma conversação de gestos (sinais que indicam reações instintivas). No entanto, a comunicação de outros animais, como os seres humanos, depende da sua capacidade de produzir uma comunicação baseada em símbolos que, para serem efetivos, precisam ser compartilhados e interpretados.

A linguagem simbólica é fundamental na capacidade de comunicação humana. A capacidade que temos de criar símbolos sonoros significantes, faz com que sejamos capazes de ouvir a nós mesmos - o que nos dá uma sensação de termos um self.

Do mesmo modo que podemos ouvir a nós mesmos, somos capazes de nos reconhecermos como ouvintes diante de outros. Somos capazes de reconhecer esses outros.

Na verdade, nós nos reconhecemos nas nossas relações com os outros mediadas pela linguagem simbólica - aquela que dá sentido ao que falamos e vemos.

Quando nos imaginamos a partir de um self, somos capazes de nos ver atuando. Para Mead esta é a nossa capacidade de reconhecer "o outro generalizado". Eu consigo me ver a partir da capacidade que tenho de entender como os outros me veem.

Nesse processo de socialização a criança passa da brincadeira - em que ela copia os papéis do seu pai, de sua mãe e de seus amigos próximos de forma gratuita - para o jogo - e sua capacidade de reconhecer papéis genéricos como pai, mãe, professor é fundamental para que possa reconhecer a situação em que está colocado.

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Vamos abrir um breve parágrafo para falar de uma frase importante, criada por William Isaac Thomas, contemporâneo de Mead, em seu livro The Unadjusted Girl:

"Se a interpretação é correta ou não, isso não importa - se os homens definem as situações como reais, elas são reais na suas consequências"

Essa ideia define um elemento importantíssimo da comunicação humana. Aquilo que William Thomas chamou de "definição de situação". Voltaremos a esta ideia em breve.

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Ao observar a ação social é possível verificar que ela consiste de um gesto inicial (dotado de significado) de um indivíduo que produz uma resposta por parte de outro indivíduo (direta ou indireta) e que resulta de uma definição de situação por parte dos dois.

Para Mead, podemos identificar na ação social a presença de três elementos fundamentais: a mente, o eu (self) e a sociedade.

O eu (self) se manifesta sob a seguinte forma: 
a) o desenvolvimento de um Eu (I) – que é uma face de nós capaz de dar uma resposta individual a situações coletivas, que pode ser criativa e crítica - 
b) o mim (me) – que se constitui a partir do outro generalizado – a partir de padrões gerados pelas expectativa que os outros têm do papel que devemos desempenhar.

A mente pode ser identificada na capacidade que o ser humano tem de interagir consigo próprio, de prever situações, seus resultados possíveis e examinar as ações a realizar.

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De que modo os vídeos estão relacionados ao tema da nossa aula?

Silly Job Interview - Monty Phyton (com legenda)

Taxi Driver (de Martin Scorsese - 1976) - You Talkin' to Me?





















Referências




BECKER, Howard S. A escola de Chicago.Mana vol.2 no.2 Rio de Janeiro Oct. 1996









Stephen W. LittleJohn. Fundamentos Teóricos da Comunicação Humana. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 1978